domingo, 1 de agosto de 2010
''O céu muito escuro? naquela noite,não haveria estrelas cadentes. Passou as mãos pelos braços. Não conseguia aterrorizar-se, e há muito tempo não sentia frio. Fizera seu aprendizado de solidãoenquanto as coisas sentidas a cada dia tornavam-se mais e mais semelhantes, para finalmente permanecerem numa massa informe a escorrer monótona por dentro dele, alterando-se apenas insignificantes cintilações cotidianas. Apenas reagia. Tudo ali estaria para sempre excessivamente no escuro, como nos promeiros tempos.''

O afogado

Caio Fernando Abreu

Nenhum comentário:

Postar um comentário