''O céu muito escuro? naquela noite,não haveria estrelas cadentes. Passou as mãos pelos braços. Não conseguia aterrorizar-se, e há muito tempo não sentia frio. Fizera seu aprendizado de solidãoenquanto as coisas sentidas a cada dia tornavam-se mais e mais semelhantes, para finalmente permanecerem numa massa informe a escorrer monótona por dentro dele, alterando-se apenas insignificantes cintilações cotidianas. Apenas reagia. Tudo ali estaria para sempre excessivamente no escuro, como nos promeiros tempos.''
O afogado
Caio Fernando Abreu
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